8° ANO - BRIGA DE GIGANTES: AS RELAÇÕES ENTRE EUA E CHINA - GEOGRAFIA
DATA:16/09 ENTREGA: 23/09
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BRIGA DE
GIGANTES: AS RELAÇÕES ENTRE EUA E CHINA
As relações no
sistema internacional nunca se fazem sozinhas: o crescimento de um país pode
ser visto tanto como oportunidade quanto ameaça. O desenvolvimento de
armamentos pode significar guerra em potencial, enquanto que assinar acordos e
tratados podem fortalecer canais de cooperação. Definitivamente a interação
entre os países tem suas consequências. Agora jogue nessa bagunça internacional
duas das maiores economias da atualidade e uma história de afastamento e
aproximação. O resultado é complexo.
Disputa pelo primeiro lugar
O crescimento da
China assusta e abala a posição de conforto dos EUA no topo do sistema
internacional. Isso significa que, cada vez mais, os Estados Unidos perdem sua
posição como indiscutível potência hegemônica. E o que, de maneira simples,
significa hegemonia? Bem, significa que os EUA têm relevância direta à nível
global em áreas como economia, defesa e diplomacia, conferindo ao país influência
internacional e, consequentemente, muito poder. E é contra toda essa influência
mundial que a China propõe oposição, seja porque o PIB da China aumenta quase
dez vezes mais rápido que o dos EUA, ou porque as despesas militares da China
(tendo chegado, em 2011, um orçamento militar de US$ 91,7 bilhões) ameaçam
ultrapassar as de Washington, e até porque, desde 2008, a China tem achado
brechas nos países capitalistas fragilizados para se impor no cenário
internacional.
EUA e China: uma relação de interdependência
Você poderia
pensar que isso se encaminharia para um conflito gigantesco, certo? Mas a
resposta não é tão simples assim. A verdade é que esses dois gigantes são tão
inimigos quanto dependentes um do outro. Em inúmeras áreas existe cooperação
efetiva entre EUA E China: na luta contra o terrorismo, na tentativa de conter
a proliferação de armas de destruição em massa ou na luta contra a crise
financeira. A realidade é que, por mais que essas duas economias disputem o
cenário econômico mundial, elas não conseguiriam se sustentar nele sozinhas. A
China, desde a década de 2000, tem investido muito fortemente no Tesouro
norte-americano e se tornado uma das maiores exportadoras para a América. Isso,
de maneira prática e simples, significa que é muito do dinheiro da China que
estabiliza a economia dos EUA, tanto porque empresta dinheiro ao governo em
troca de um tipo de remuneração, com juros (através do investimento no
Tesouro), quanto porque faz dinheiro entrar no país (com as exportações). De
maneira complementar, é justamente a compra de produtos pelo mercado
estadunidense que garante o que chamamos de superávit (altos níveis de
exportação) na balança comercial chinesa e a estabiliza como uma das economias
que mais exporta. A compra e a venda de produtos são extremamente necessárias,
de formas diferentes, para os dois mercados. A questão é complexa: como
coordenar uma situação onde se relacionar com um país para garantir a
sobrevivência da sua economia é também fazer com que a dele cresça? E como não
deixar que esse crescimento te tire de sua posição de poder mundial? É por isso
que os EUA parecem esse país tão “indeciso”, que ao mesmo tempo que recebe
produtos chineses, acusa o país de violar as regras de mercado, de concorrer de
forma “desleal”. É uma relação paradoxal de “cuspir no prato que come”, pois ao
mesmo tempo que “se alimenta” dos produtos chineses, acaba por alavancá-los,
temendo que sejam superados por eles.
E o mais irônico
dessa história toda é que foram as próprias potências que, no começo do
desenvolvimento de Pequim, se envolveram em uma relação tóxica de dependência.
Os EUA tiraram proveito de uma mão de obra de baixo custo e consumo barato, ao
mesmo tempo que mandavam suas empresas poluentes para a Ásia. As empresas em
território asiático eram oportunidade de emprego ao mesmo tempo que
oportunidade de desenvolvimento para um mercado que era novo na economia
global. Saldo final e duradouro: nos EUA e China, baixa nos empregos e ataque
ao meio ambiente, respectivamente. “Parceria” essa que dura até os dias de
hoje, com altos níveis de emissão de carbono e economias dependentes. Contudo,
a vantagem mais significante dos EUA em comparação aos chineses é a sua
ideologia: enquanto a cultura norte-americana já é facilmente difundida por
todo o mundo, a cultura asiática, caracterizada por um maior conservadorismo e
tradicionalismo, não encontra tamanha abertura, até porque bate de frente com o
“poder do Ocidente”, ou seja, tradições mais liberais. A cultura dos EUA é tão
difundida ao redor do mundo que qualquer oposição causa estranheza a um mundo
acostumado com liberdades, tanto política quanto econômicas. A penúltima
administração dos EUA, pelo ex-presidente Barack Obama, tinha estabelecido
canais de diplomacia. Mas o atual presidente Trump parece ter outras ideias
para essa relação complexa. Texto completo disponível em:
https://www.politize.com.br/eua-e-china-guerra-comercial/ Acesso em: 20 de ago
de 2020.
1. Quais foram
os proveitos obtidos pelas empresas e economia norte-americana em relação a mão
de obra chinesa?
2. Cite os principais aspectos da
interdependência entre as economias chinesa e norte-americana.
3. Qual é o principal problema dos EUA ao se
tornar parceiro comercial da China?
4.
"Trata-se, na verdade, de uma tentativa de conciliar o processo de
abertura econômica (o estímulo à iniciativa privada, ao capital estrangeiro, à
modernização do país) com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de
partido único." O texto refere-se
ao sistema político-econômico adotado no(a)
a) ( ) EUA
b) ( ) Coréia do
Sul.
c) ( ) Rússia.
d) ( ) China
a) ( ) A China
permanece oficialmente socialista, e o Partido Comunista continua a exercer o
controle do poder no país.
b) ( ) A
propriedade do Estado continua marcante apesar da expansão dos setores
cooperativista e privado.
c) ( ) Os ramos
vitais da indústria, os bancos, as ferrovias, as telecomunicações e o setor
energético continuam sendo controlados pelo Estado.
d) ( ) O setor agrícola permanece intocável e
não foi afetado pelas medidas de modernização da economia de mercado
6. Um certo carro esporte é desenhado
na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em Worthing
(Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos
inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…).
Já a indústria de confecção norte-americana,
quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles
foram produzidos no México, Caribe ou Filipinas. (Renato Ortiz, Mundialização e
Cultura) O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte
caro e sofisticado, quanto roupas que nem sequer levam uma etiqueta
identificando o país produtor.
De fato, tais
roupas costumam ser feitas em fábricas — chamadas “maquiladoras” — situadas em
zonas-francas, onde os trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas
garantidos.
A
produção nessas condições indicaria um processo de globalização que
a) ( ) fortalece os Estados Nacionais e
diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação entre um centro
rico e uma periferia pobre.
b) ( ) garante a soberania dos Estados
Nacionais por meio da identificação da origem de produção dos bens e
mercadorias.
c) ( ) reafirma
as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre, tanto dentro como
fora das fronteiras dos Estados Nacionais.
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